Pisquei e passaram 3 meses

Eu tenho pra mim que pouquíssimas coisas passageiras são realmente difíceis, nem mesmo tirar um gatinho do topo de uma árvore de 4 metros e galhos instáveis entra nessa lista. O difícil mesmo é o continuar, o preservar, o fazer diário. Pequenas coisas como tomar o mesmo remédio todo dia sem esquecer, ou escrever uma vez por mês… e quando vi, passaram 3 meses sem dar um oi por aqui.

Quando comecei a estudar mais sobre levar um estilo de vida mais inteligente, fazia repetições matinais diárias sobre ter mais controle sobre minhas emoções e ações, ou seja, da minha própria vida de uma maneira geral. A partir do momento em que passei do “Milagre da manhã” para descobrir o mindfulness, essa falsa ilusão de controle, de disciplina extrema, acabou. Um simples motivo é o suficiente pra colocá-la abaixo: fatores humanos. O mais nocivo de pregar e procurar essa disciplina perfeita é negligenciar o fato de que não somos nem máquinas, muito menos deuses. O privilégio de ser humano, que se faz ainda mais urgente na era de boots e machine learning, mora no local do imprevisível. Da surpresa, boa ou ruim, e da nossa capacidade de reagir a esses momentos. Alguns conceitos, como o de qualidade vida, é muito humano para ser tratado com metodologia fordista de repetição.

Paciência e calma são conceitos completamente distintos mas que ninguém fala. Afinal, calma é um estado de estar, paciência é um estado de ser. Para levar uma vida não estressante é necessário estar calmo e atento para mapear quais são seus gatilhos — temos inúmeros internos, inclusive — e com paciência entender os momentos certos para desarmar um por um. O que é insensível da parte de “milagres”, é partir do pressuposto em que a mudança é a partida de um novo estilo de vida, quando na realidade, é o entendimento do seu conjunto mente e corpo que vai mudar sua perspectiva de viver, muitas vezes não é mudar hábito, é mudar o olhar.

Não vou me culpar caso não consiga postar mensalmente aqui, afinal, entendi quais foram os gatilhos de estresse que me separaram daqui nesse último trimestre — que eu já estou desarmando um por um — mas como não sou máquina, nem sou Deusa, não posso afirmar nada sobre amanhã. E que bom!

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